Conto de Derek Corrêa, aluno do 5º período da FACHA
Acordo todo descabelado, meus membros ainda estão meio cansados, levanto aos poucos e olho o relógio, ainda estou sentado na cama, o rádio relógio está a mais ou menos dois metros de mim, vejo que são 12:12 A.M, digo para mim mesmo: “Droga, mais uma vez horário repetido, e eu odeio isso!”. Agora levanto de um salto só, me olho de relance no espelho e no pouco que não queria me ver, percebo que meu aspecto está de ressaca, embora eu não tenha bebido no dia anterior. Ligo o meu rádio e deixo o CD rolar, como sempre está tocando algo alegre, algo que só eu entendo e que me faz sentir menos depressivo de manhã, tarde e noite. Começo a arrumar o meu quarto, saio, vou para a cozinha descalço e ajeitando minha roupa amassada, abro a geladeira, mas como sempre nada me vem em mente, e de costume pego um copo d’água e volto para meu quarto, sento e fico a escutar o término do CD. Já fez meia hora desde que acordei e nada de bom começou para o meu dia, que em minha concepção deve ser melhor que o dia anterior. Acabado o CD, desligo o som e vou dar uma volta pela casa, só para ver como as coisas estão. Minha irmã foi para a escola e mesmo sabendo disso abro a porta de seu quarto só para sentir sua presença, depois vou para o quarto ao lado onde minha tia dorme, mas ninguém está lá, mais atrás o quarto de minha prima, com a porta aberta percebo que também que não está, e assim volto para cozinha, mas paro e percebo que ainda não fui à sala, sento-me um pouco no sofá, olho para o nada e assim vou para a janela que dá em direção à rua, olho por uns minutos para a calçada, mas sem nada de bom em vista volto andando calmamente para o meu quarto. Deito-me novamente e de braços cruzados sobre a cabeça olho para o teto e tento esvaziar minha mente, mais do que já está. Olho para o computador que fica ao lado de meu rádio relógio, olho para a minha tevê que está ao lado do computador e mais uma vez olho para o rádio, que fica na ponta de tudo, ao lado da tevê, no cantinho do meu quarto e bem colado com o lado da cama onde ponho a cabeça. Ligo-o novamente para me alegrar, penso: “Que saco de vida, se não fosse pela música...”.
Deixado o tempo passar. Já entardecendo e com todos em casa, eu ainda estou no meu quarto, mas agora com a presença do meu pai vendo televisão e minha irmã no computador. “Pelo menos não estou sozinho”, penso. A noite quando todos já estão dormindo, levanto-me e vou para o meu refugio da vida, não é a música, nem o computador, muito menos a televisão, nada, só eu e as estrelas, sendo uma delas minha mãe no céu. Eu sempre penso que a estrela mais brilhante do céu é minha mãe, e sempre está presente quando preciso. Este meu refúgio, é a garagem do meu prédio, não uma garagem comum, é a minha garagem, certa que também ela é aberta. O prédio tem poucos andares então não precisa de uma garagem subterrânea, é fresco e dá até pra sonhar lá. Pelo menos são os segundos que penso em algo próspero que pode acontecer no dia seguinte, segundos, pois o que me expulsa de lá é o tremendo frio que fica ao anoitecer.
É nesse exato momento que me bate o seguinte pensamento: Que nem sempre a música é meu consolo, muito menos a segunda opção que seria os amigos, e é olhando para a estrela da minha mãe que eu percebo que sempre tem alguém neste lugar para me fazer feliz, não só fisicamente, mas espiritualmente, sempre teve e sempre terá, mas quando me pergunto quem é ela, sempre me bate o friozinho na barriga, volto para meu mundinho e vou dormir em paz.
“De mudanças que vive o camaleão, girando e perambulado pela vida, tentando achar o seu habitat ideal, assim como eu.”
E quando eu cair no sono e finalmente dormir, lá está o telefone a tocar e ela a me chamar. Sonho? Não, agora é realidade, e eu estou nessa para embarcar.
“Se para eu dormir é como desistir, deixe-me acordado, pois não quero sonhar nunca mais”.
.
20/11/2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário