Blog do Jornal Laboratório FACHA

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Breve em novo endereço e novo visual

Uma publicação dos alunos do Curso de Comunicação Social da
Facha - Faculdades Integradas Hélio Alonso
Unidade Botafogo.

jornallaboratoriofacha@gmail.com


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09/05/2008

"1968", "Por um socialismo mais humano"

Nota do editor:
o texto a seguir foi escrito em sala de aula, em cerca de uma hora, sem que o aluno fizesse qualquer tipo de pesquisa (inclusive na Internet), sem ter sido avisado previamente.
Sobre rosas e fogo
Rafael Ferreira*

“Por um socialismo mais humano” – Dubcek.

Talvez a frase mais famosa de 1968. Talvez o caso mais peculiar de todo aquele ano. O país era a Tchecoslováquia – atual República Tcheca e a situação era insuportável.

Desde o fim da segunda guerra mundial e a queda do nazismo e do seu temor perante a Europa, o mundo se viu dividido em dois blocos. As duas potências “vencedoras” da grande guerra entraram em disputa pela “dominação mundial”. De um lado, os Estados Unidos e o capitalismo avançavam pelo ocidente. Do outro, o socialismo soviético predominava no leste europeu e se estendia até o sudeste asiático. Grandes extensões de terra e de conglomerados populacionais sofriam influência e “deviam obediência ao seu mestre”. A situação nos países do lado oriental da chamada “Cortina de Ferro” era evidentemente mais problemática. Pobres, destruídos pela segunda guerra e sem apoio russo – contrastando com o investimento maciço que os Estados Unidos promoviam na Europa Ocidental - dezenas de países do leste europeu, como a Tchecoslováquia, afundavam no pântano promovido pelo autoritarismo socialista soviético. Um pós-colonialismo surgia no mundo. Mas nem todos concordavam com isso.

No início de 1968, um jovem membro do Partido Comunista Tcheco é nomeado primeiro secretário do partido. A situação por si só não seria polêmica. Mas a pessoa em questão, Dubcek, vinte e poucos anos, não era uma pessoa comum. Assim que chegou ao poder, Dubeck promoveu profundas reformas internas no Partido que, aos poucos, foi tendo os seus cargos preenchidos por jovens de toda a capital Praga. Ideais modernistas e revolucionários foram tomando forma. Não era de se espantar que o pensamento e as ideologias internas do Partido começassem a incomodar o “centro de comando” russo em Moscou. Mas de uma maneira sábia – e de certa forma lenta e gradual – Dubcek e sua turma foram difundindo as suas idéias por toda capital.
Propostas de reformas constitucionais que garantissem uma maior liberdade de expressão, de pensamento – ideais democráticos – eram divulgados estrategicamente pelo principal jornal de Praga. Gradualmente, intelectuais e pensadores tchecos declararam apoio ao “comandante” e, com o passar de pouco tempo, toda Tchecoslováquia aderia ao movimento revolucionário comunista e a situação agora se tornava crítica para Moscou.

Temendo que uma provável insurgência tchecoslovaca se espalhasse por seus vizinhos, Moscou toma uma medida drástica. Com o apoio das tropas do Pacto de Varsóvia – pacto que unia os países socialistas, liderado pela Rússia e criado como contrapartida ao surgimento da Otan – Praga é invadida de maneira violenta e rápida. O povo tcheco, então, reage de maneira inimaginável e não oferece resistência. Dubcek é capturado e levado à sede do Partido Comunista em Moscou. Em Praga, dezenas de emissoras de rádio guiam a população através de centenas de transmissores recém instalados pelo exército tcheco. Rosas são oferecidas aos soldados e nem um único tiro é disparado por resistência. Inteligentemente, placas nos arredores da cidade são pintadas com uma tinta fácil de ser raspada. Quando os soldados invasores raspavam as placas, ao invés de descobrirem o caminho para Praga, eram levados pra direção de Moscou. Greves nos transportes ferroviários dificultavam a entrada dos tanques e, de uma maneira ou de outra, a invasão era retardada pela “resistência inteligente e pacífica” dos tchecos.

Enquanto isso, na capital russa, Dubcek é levado a crer que a população tcheca estava sofrendo um massacre – tal e qual os húngaros em 1956. Desorientado, acaba por renunciar aos seus ideais e é destituído do cargo. O seu sucessor, um fantoche dos interesses russos, é enviado a Praga. A população se revolta quando percebe que as mudanças sonhadas seriam perdidas. Como forma de protesto, um jovem ateia fogo ao próprio corpo em Praga, na praça em frente ao parlamento.
* Aluno do 5º período de Técnica de Reportagem.

2 comentários:

Flor Baez disse...

Onde está o Oswaldo nessa história toda??

Jornal Laboratório da Facha disse...

Não entendi. Que Oswaldo? Publicamos abaixo um teste do professor Oswaldo Munteal. Mas não tem nada a ver com esse texto. Esclareça, por favor.

O editor