Blog do Jornal Laboratório FACHA

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Breve em novo endereço e novo visual

Uma publicação dos alunos do Curso de Comunicação Social da
Facha - Faculdades Integradas Hélio Alonso
Unidade Botafogo.

jornallaboratoriofacha@gmail.com


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23/09/2008

Enquete do blog com professores e alunos da FACHA: Por que a mídia não cobre as para-olimpíadas da mesma forma como cobre as olimpíadas?

"Posso ver várias razões para um tratamento menos expressivo que se faça. Primeiro é comercial, já que as para-olimpíadas não têm a mesma cobertura econômica que as outras recebem. Segundo, que o interesse do grande público é no sentido de ver as afirmações dos atletas não para-olímpicos, considerando os atletas para-olímpicos como se fossem uma subclasse atlética. Eu fico achando que o que eles fazem é muito mais difícil. A rigor, mereceriam uma cobertura igual, se não superior. Mas aí há interesses econômicos em jogo, como já falei, interesses corporativos. E suspeito que haja inconscientemente um grande preconceito da população. Então, por mais que as pessoas digam que admiram, etc., de alguma maneira recusam essa atividade como atividade plena do exercício esportivo. Entretanto, me parece que esses atletas para-olímpicos têm uma idéia de superação de limites, em muitos sentidos, muito maior que os atletas considerados olímpicos. Acho, inclusive, essa nomeação para-olímpicos já de alguma maneira discriminatória e excludente dentro desse processo. Talvez ela já rotule essa recusa que a sociedade tem desse tipo de atividade." (Aristides Alonso, professor de teoria da comunicação)

"Porque esse assunto é chato e ninguém quer ver a menos que sejam ligados aos para-olímpicos e eu não me interessaria em ler ou ver algo sobre este tema." (Antônio Carlos Gil de Oliveira, aluno de publicidade)

"Porque o público não tem o mesmo interesse. Se amanhã campeonato de bola de gude virar moda, a imprensa vai cobrir. Em alguns casos, ela até pode despertar o interesse do público para determinado assunto, mas depois de certo tempo não consegue sustentar este interesse se ele não for real." (César Costa, professor de técnica de reportagem)

"Até onde sei esse evento é relativamente recente e a cobertura tem sido considerável. Creio que, à medida que as para-olimpíadas crescerem, a cobertura irá pelo mesmo caminho. Assim foi com o volêi de praia, o futebol de areia, etc." (Fernando Conde, aluno de jornalismo)

"As emissoras só transmitem as para-olimpíadas por uma exigência contratual. Quem compra os jogos olímpicos tem que dedicar uma parte da programação aos jogos dos deficientes físicos. Claro que são magníficos exemplos de superação, mas a audiência é nenhuma. Daí a mídia televisiva dar espaço tão pequeno. Parece que o mesmo se repete na mídia impressa." (Gilson Caroni Filho, professor de sociologia)

"Acredito que a imprensa já esteja melhorando da própria 'miopia' com relação às para-olimpíadas. Já foi pior. O pior deficiente é o dito 'normal', pois a deficiência está no olhar torto de que vê um 'cadeirante'. A partir de Atenas em 2004, com a conquista da medalha de ouro para o Brasil, pela velocista Ádria dos Santos, o Brasil saiu de seu maior grau de 'miopia' da história: enxergar o outro sem diferenças." (Isabela Guedes, aluna de jornalismo)

"Tenho impressão que os veículos de comunicação não dedicam aos jogos para-olímpicos o mesmo espaço que dedicam aos olímpicos por conta da combinação de dois fatores: um relativo ao preconceito que ainda existe na sociedade em relação especialmente ao indivíduo com necessidades especiais e, por conta disso, os veículos de comunicação levam em conta esse aspecto no confronto com o chamado 'critério de noticiabilidade'. Ou seja, consideram que a noticiabilidade ou, em outras palavras, o interesse pelos jogos para-olímpicos não seria o mesmo que pelos olímpicos. Consideram, portanto, que parte das audiências dos públicos de TV, de jornal, etc., não teria muito interesse pelas para-olimpíadas graças a esse ranço que a sociedade tem em relação ao indivíduo com necessidades especiais. É claro que já é uma evolução a cobertura que tem sido dada - os jogos para-olímpicos de alguma forma têm sido transmitido por alguns canais, quando em outros tempos isso não aconteceria. Mas, ao mesmo tempo, ainda é aquém do que deveria. Idealmente é um evento esportivo de tanto interesse como os jogos olímpicos. "(Ricardo Benevides, coordenador do departamento de relações públicas)

"Acho que um dos fatores quem impedem a mídia de cobrir as para-olimpíadas como cobre as olimpíadas é o não interesse da grandes empresas em patrocinar esses atletas. Talvez se as grandes empresas tivessem esse interesse, a mídia fosse pressionada por elas a fazer uma cobertura e uma divulgação maior." (Karina Novaes, aluna de jornalismo)


Realização da enquete: Ana Helena Tavares.



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