Blog do Jornal Laboratório FACHA

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Breve em novo endereço e novo visual

Uma publicação dos alunos do Curso de Comunicação Social da
Facha - Faculdades Integradas Hélio Alonso
Unidade Botafogo.

jornallaboratoriofacha@gmail.com


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01/07/2008

O futuro do Jornal Impresso

Forraremos gaiolas com disquetes?
Rafel Dias Ferreira*

Brincadeiras à parte – até porque, quando esse dia chegar alguém terá inventado algum forro de cristal líquido – nunca se falou tanto sobre esse tema. Qual será o futuro do jornal impresso? O juízo final não será tão apocalíptico assim...

O vies econômico que permeia esse questionamento não pode ser considerado como único. O desaparecimento de uma mídia envolve questões muito mais sociais do que econômicas. Hábitos e tradições são levados em conta sempre que se questiona o aparecimento de uma nova mídia. Foi assim com a televisão. Foi assim com o rádio. Os meios de comunicação são como extensões do homem e são avaliados por princípios éticos e morais também. Sendo assim, eles tendem a seguir os princípios da natureza: “Nada se cria, tudo se transforma”. Um novo meio de comunicação nunca cessa de oprimir os velhos meios, até que encontre para eles novas configurações e posições. O aparecimento da televisão transformou hábitos, tendências. A novidade pegou o homem de surpresa do mesmo jeito que a Internet vem fazendo. Alterações, a princípio presas a nichos, foram se expandindo pelo globo. Mesmo assim, o rádio não desapareceu. Perdeu espaço, mas até hoje se transforma a cada dia que passa. Convive com a tv explorando as possibilidades que ela não consegue alcançar. O conteúdo do rádio passou a ser mais específico, em termos de entretenimento, e mais ágil e voltado para serviços, quando se fala de informação.

A chegada da Internet talvez seja ainda mais explosiva que a chegada da tv. Isso porque a exploração desse meio ainda se encontra num estágio primário. Mesmo assim, profundas transformações já ocorreram. A certa anarquia presente e a falta de limite no ciberespaço, junto com a facilidade e agilidade do meio – mesmo ainda não sendo tão popular quanto os outros meios, principalmente no Brasil - trouxeram consigo questões morais também. Apesar do atual fascínio pela informação sem limites que pode ser encontrada no ciberespaço, os pacotes de informação, com um contexto editorial, um princípio e um fim, continuarão a ser a preferência das pessoas. Ainda é muito difícil conceber o que pode ser verdade ou mentira dentro desse universo. A agilidade em postar novas informações esbarra com a credibilidade e profundidade das mesmas. Do outro lado, o jornal impresso ainda traz consigo a credibilidade e a certeza de um trabalho profissional envolvido. Não dá pra comparar um trabalho sério de um jornalista de um veículo impresso com a de um anônimo que escreve em um blog. Em uma mesma edição de impresso, feita por jornalistas experientes em apurar as notícias, o consumidor terá todas as variáveis de informações: política, economia, esporte, polícia, variedade, cidade, análises nacionais e internacionais, opiniões conceituadas, oportunidade de investimento e o que mais se imaginar para o gosto do leitor. Na Internet, normalmente os sites são especializados, quando muito. Porque na maioria das vezes se baseiam apenas em especulações e opiniões de duvidoso conceito.

Portanto, não passa de mero achismo afirmar que os jornais impressos terão vida curta. A única dúvida que pode pairar no ar seria pra que direção eles poderiam seguir. As mídias tendem a se adaptar umas às outras. Quando se complementam, os resultados são sempre positivos. O meio digital pode e deve assumir o seu papel dinâmico e acessível. Mas vai ser difícil alcançar o que o impresso e outros meios já têm. A análise mais profunda, a credibilidade e até a cultura do jornal impresso não serão substituídos tão facilmente. O que é do impresso, o digital não come. Mas alguém precisa dizer isso a ele.
* Aluno da FACHA.

Um comentário:

Aline Monteiro disse...

"o que é do impresso, o digital não come"... Realmente... Concordo: alguém precisa dizer isso a ele! (risos)
Ótimo texto!!!
Bom saber que nem todos concordam com uma visão apocalíptica sobre o fim do jornal impresso.

Abraço, Aline Emaúz