Blog do Jornal Laboratório FACHA

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Breve em novo endereço e novo visual

Uma publicação dos alunos do Curso de Comunicação Social da
Facha - Faculdades Integradas Hélio Alonso
Unidade Botafogo.

jornallaboratoriofacha@gmail.com


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15/05/2008

"Matéria recomendada por": professor PC Guimarães



Você também pode publicar resenhas de livros e de filmes no blog do Jornal Laboratório.

O HOMEM DA VOZ E DA BOLA
por Nara Boechat Roberty
(Aluna de Documentação Gráfica e Audiovisual)

“Se concentração ganhasse jogo, time de penitenciária não perderia um”. O dono dessa fabulosa frase é conhecido de muitos, jovens e velhos, amantes do esporte e da literatura: o cronista João Saldanha. Recentemente, o seu público ganhou de presente uma biografia do inovador jornalista, escrita por André Iki Siqueira.

Com um ídolo na cabeça e uma idéia em mãos, André começou sua pesquisa para o livro e um documentário – o qual foi classificado para o festival “É tudo verdade”, que ocorreu no Rio de Janeiro, no dia 31 de março – e durante quatro anos, se empenhou em traçar a trajetória de um dos maiores comentaristas esportivo do país.

Acompanhando a história do cronista desde os seus nove anos - quando foi pela primeira vez ao Maracanã ver um jogo da seleção, com Saldanha no comando -, André cultivou uma admiração por este personagem do esporte brasileiro. E com sua morte, o autor percebeu que não poderia deixar uma vida tão próspera de fatos e contos ser deixada para trás e com inúmeras meias-verdades.

Por ter um temperamento bastante complicado, com um refinado mau-humor e famoso por seu pavio curto, Saldanha ficou com uma imagem desgastada no final de sua vida e carreira. Algumas vezes pelos ouvintes, que tinham a sensação do comentarista estar bêbado durante as transmissões. Outras pelos seus inimigos, cultivados muitas vezes pela inveja e ciúmes dentro das redações, durante o seu tempo jornalista e comentarista.

O livro traz a irreverência do cronista e suas mutáveis histórias. Inovador na junção de esporte e casos do cotidiano, Saldanha possui incontáveis famosas histórias, algumas até mesmo que ele não contou. Isso porque, passando de boca em boca, os amigos as aumentavam e no final acabava transformando-as em outras. Mas verdade ou não, são histórias que fazem parte da construção de uma personalidade única e autêntica.

Mas a biografia traz também um olhar diferente. O autor não quis se prender somente no comentarista esportivo e foi além. Pesquisou bastante sobre o seu outro lado e reconstruiu a pessoa que foi o grande João Saldanha. Além da sua conhecida imagem de jornalista e botafoguense doente, havia o João militante, dirigente do partido comunista, engajado em causas sociais e avesso a qualquer tipo de injustiça. Assim, André montou parte por parte de sua história e a reconstruiu, com todas as suas faces e imagens.

Foram quatro anos de trabalho por completo e acredita que tenha conseguido cumprir esta missão. André começou a pesquisa, tanto para o filme como para o livro, no ano de 2003. Em 2006, começou a gravar e terminou em 2007. Já o livro, começou no final de 2006 e durante cinco meses se empenhou apenas neste grande projeto.

Com o apoio total da família, André Iki Siqueira colocou o seu livro no mercado no final do ano passado e o sucesso foi tamanho, que em apenas um mês e meio a biografia já estava esgotada. O segredo? Apenas a vontade do público de saber um pouco mais sobre o homem que conseguiu expandir o esporte para todos os grupos de todas as classes, com uma simplicidade inigualável aos dias de hoje. A lembrança do futebol como uma grande arte e a política como uma arma para a luta do crescimento do país.

"João Saldanha - Uma Vida em Jogo"
Autor: André Iki Siqueira
Editora: Nacional
Preço: Entre R$ 43,60 e R$ 64,00

2 comentários:

Mariana Carnevale disse...

Comprei o livro assim que foi lançado. E me apaixonei pelo João. Lembro dele na Rede Manchete, bem mesmo no fatídico ano de 1990.

A biografia também foi retratada em filme. Passou no último Festival "É Tudo Verdade". Seria bom se estreasse em circuito... João Saldanha é uma figura fantástica e o trabalho de pesquisa feito pelo André Siqueira (e do Beto Macedo, no filme) é primoroso!

E belo texto da aluna Nara!

Jornal Laboratório da Facha disse...

Vamos avisar a Nara. Andre Iki fez uma palestra à noite na FACHA. Em breve fará o mesmo no período da manhã.