Blog do Jornal Laboratório FACHA

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Uma publicação dos alunos do Curso de Comunicação Social da
Facha - Faculdades Integradas Hélio Alonso
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24/04/2008

1968 - O ano que não terminou: "Hair", o musical




Hair, o musical: 40 anos de vida e de história
Por Lena Benzecry, jornalismo, 7º período

Em 17 de outubro de 1967, o musical Hair estreava no circuito off-Broadway de Nova York. O texto e as letras de músicas da peça foram concebidos por James Rado e Gerome Ragni, dois atores com tendências hippies que tiveram a idéia em 1966, durante uma manifestação no Central Park contra a Guerra do Vietnã. As melodias e arranjos ficaram por conta de Galt MacDermot, músico canadense, precoce, que aos cinco de idade anos aprendeu piano com seu pai e aos oito já tocava violino. O entrosamento entre os autores e o compositor foi tanto que MacDermot preparou as canções de Hair em apenas três semanas.

A qualidade lítero-musical e uma montagem polêmica onde quase todos os atores apareceram pelados em cena foram derradeiros para que à 29 de abril de 1968, o musical estreasse no Teatro Biltmore, na Broadway, onde foi encenado por 1.873 vezes. A partir dali, Hair entrava para a história do entretenimento e da contracultura americana e mundial por questionar, de forma irônica e debochada, os principais símbolos daquele país: a família, a escola, a religião e, principalmente, o exército, que vinha convocando a juventude para aderir à Guerra.

O elenco era formado por atores principiantes e idealistas que com seu comportamento transgressor atribuíam às apresentações um tom de improviso. Segundo o jornalista e pesquisador Leidson Ferraz, Hair apresentou o primeiro nu frontal da história do teatro comercial como símbolo da inocência e da liberdade, em meio a palavrões e gritos de ordem contra o serviço militar obrigatório, a poluição, a mídia eletrônica e os horrores da guerra no Vietnã. Além disso, a peça mostrou-se barulhenta e insolente, haviam microfones espalhados pelo palco, com fios por toda parte. Um não ao ilusionismo cênico dos musicais de hoje.

Além de referência marcante até os dias atuais, o musical foi, e continua sendo, encenado em diversos países além dos Estados Unidos, como Inglaterra e Rússia. Ganhou filme dirigido por Milos Forman quando completou dez anos, outro sucesso absoluto de bilheteria e de crítica, e já teve sua trilha sonora reeditada diversas vezes, garantindo que as novas gerações, mesmo sem conhecer a história política e ideológica que rodearam sua concepção, dancem nas boates mundo afora em noites de flash back ao som de Aquarius e Let the Sun Shine in.

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